Um único motivo faz a união: a luta contra o racismo velado

5 jun, 2020Notícias

O ano é 2020 século XXI e, mesmo após 520 anos de colonização ainda vivemos em um país onde um dos principais marcos da desigualdade social é motivada pela raça e cor da sua população.

Segundo os dados mais recentes do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE, a população brasileira é composta majoritariamente por pessoas autodeclaradas negras ou pardas, totalizando a parcela de 56,10% da população total do país, ou seja, dos mais de 209.2 milhões de habitantes cerca de 108.9 milhões são negros.

Apesar se compor a maioria da população, pela primeira vez ocupam a maioria das vagas nas universidades públicas. E, infelizmente, posições de liderança tanto no mercado de trabalho quanto na política, raramente são ocupadas por negros.

64,2% é a porcentagem de negros e pardos entre os trabalhadores desocupados ou desempregados segundo o informativo Desigualdades Sociais por Cor ou Raça no Brasil, divulgado em novembro de 2019.

Todos esses são dados alarmantes e inaceitáveis, reflexos das cicatrizes deixadas por três séculos de escravidão. 300 anos de muita injustiça, trabalho escravo, e a sobrevivência às situações desumanas que marcaram esse período.

Como se isso não bastasse, atualmente, movimentos de militância e empoderamento negro se veem necessários para tentar garantir o direito constitucional à vida. Palavras são ressignificadas, mas a história precisa ser lembrada, pois apesar dela ainda hoje há pessoas que têm o mesmo pensamento deplorável de 300 anos atrás.

Nos últimos dias tem acontecido protestos no mundo todo sobre um acontecimento que chocou, a morte de George Floyd, que hoje está sendo sepultado, uma morte dolorosa e cruel que moveu um mundo em pandemia. Reflexo de uma sociedade que está acordada e atenta, e cada vez mais luta por seus direitos, luta pelos direitos humanos, de ser humano.

Ainda há esperança de um mundo melhor, a empatia do ser humano finalmente está sendo aflorada, e não somente para o racismo, como também para outras violências, como a agressão física, emocional e psicológica contra mulher, a comunidade LGBT+, e tantas outras características do ser humano que devem ser tratadas com respeito.

Portanto, não podemos parar de lutar, aliás, ainda estamos longe, muito longe do aceitável e a milhões de quilômetros de distância do ideal, mas, mesmo assim, devemos nos unir e continuar lutando sem perder as esperanças, porque juntos somos mais fortes.

 Melanie de Carvalho Tonsic  

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